Deambulações de um SUSPEITO Português, nestes novos COSTUMEs Magyares

sexta-feira, março 31, 2006

TITO IN THE HOUSE


Apenas para postar aqui um pouco do que se passou na passada sexta-feira no Club Lua em Lisboa, na apresentação do Disco de tributo aos GNR - "Revistados" (ver post 23 de Março).
O miúdo a dar-lhe com pica na bateria é o meu sobrinho... toma!

Sziasztok

SAUDADES EM PORTUGUÊS

Já desde que os meus primeiros amigos começaram a abalar para além fronteiras, que ouço falar do sentimento da saudade que por vezes nos assalta quando estamos longe. Mas só desde a semana passada é que senti na pele o que isso significa. Ainda o mais curioso é que é um processo inconsciente e quase incontrolável. Aliás só hoje é que percebi que de facto estava atingido pelas saudades.

Estes sentimentos não se traduzem apenas nas saudades da família, da namorada, dos amigos, mas também de um conjunto de actividades que fazem de nós, Portugueses autênticos e únicos.

No espaço de 3 dias fui confrontado com uma bacalhoada (muito bem servida pela Gabriela) e por um encontro de “gajos” num bar, para ver o Benfica-Liverpool. Mais uma vez quem me conhece, não me reconhece nestas actividades. Nunca fui grande fã de bacalhau e Futebol é coisa que me passa completamente ao lado. O curioso é o apercebermo-nos da relevância que coisas que quando eram garantidas não tinham valor e de repente na sua ausência, ganham uma importância que nos surpreende como num estalo. Nunca o Bacalhau me pareceu tão apetitoso e o Futebol tão excitante.

A verdade é que isto ajuda-nos a manter a nossa ligação aquilo que faz de nós o que somos – uns expats à procura das nossas identidades e unicidades.

Sziasztok

quinta-feira, março 23, 2006

"CASA MAGALHÃES ABRE AS SUAS PORTAS"
(warming house party)

Sexta-feira (dia 24 de Março) vou realizar a primeira festa em minha casa, aqui em Budapeste. Alargo o meu convite a todos os presentes por estas bandas. Por isso, a todos os que estejam perto, a passagem na sexta á noite por minha casa é obrigatória e não opcional.
Na próxima semana escrevo como é que correu...
Sziasztok

SHAMELESS PROMOTION


Como alguns sabem, o meu único cunhado é o Jorge Romão, baixista dos GNR. Ora hoje mesmo é lançado o novo disco de tributo aos 25 anos dos GNR (http://www.revistados.com).

Este disco teve origem numa afirmação do Rui Miguel Abreu (Antena 3), no seu programa Nação Hip Hop, quando disse – “O pessoal do Hip Hop identifica-se com os GNR”. Daí até ao final da gravação do disco, foi um ano de intensa criatividade e trabalho. Este disco acaba por ser a reinvenção das mais famosas músicas dos GNR, por diversos grupos de Hip Hop nacionais. Eu, como para além de cunhado, sou fã de Hip Hop, não podia deixar passar este dia em branco.

As participações vão desde Melo D., até aos Expensive Soul, passando pelo Xeg entre muitos outros. Ou seja, consegue fazer um passeio bastante completo pelo panorama nacional do Hip Hop,Reggae & Soul. Como se já não bastassem motivos, a cereja em cima do bolo, é que a bateria na música Pós-modernos do Xég, é tocada pelo meu sobrinho Tito (de 11 anos). ;)

Apreciem… e digam lá o que vos parece!… ganda Tito!

Sziasztok

terça-feira, março 14, 2006

E A NOITE…????
(sempre a mesma pergunta)
Eu já estou para escrever sobre a noite em Budapeste há muito tempo. Mas achei sempre que ainda não a tinha experimentado em toda a sua força. Este fim-de-semana tive a primeira injecção mais séria. Acreditem que depois da primeira, já não queremos parar…

A maior parte de toda a vida nocturna de Budapeste (pelo menos, a mais interessante) faz-se em bares e não nas discotecas. Estes bares existem espalhados por toda a cidade, mas estão mais concentrados num raio de 2 Kms de minha casa (já percebem porque a escolhi!!). Para os que conhecem a realidade de Berlim Leste, Budapeste é um exemplo muito próximo. Uma das principais características que distinguem os Bares de cá, dos de Portugal é que nestes existe sempre uma zona para dançar. Outra característica é a decoração, que em vez de muito cuidada e trabalhada, passa mais por desconcertante e criativa (fazer-se muito, com pouco).

Neste fim-de-semana que passou, o meu principal compincha destas lides, foi o Nuno Santos. O Nuno é um português que já está cá há 2 anos e é professor de Português em diversas escolas e na Universidade (os Húngaros têm bastante curiosidade na nossa língua…!). Uma vez que trabalha com estudantes, é excelente contacto para além de ser o protótipo “do gajo do Norte” (também é do Porto).


Sexta-feira o percurso começou pelo Zsimpla Kert (
http://www.szimpla.hu/). Este é um dos bares mais cosmopolitas de toda a cidade e por isso a língua mais falada lá dentro deve ser o Inglês. Após 3 horas de cervejas, conversas e muita animação, eu, o Nuno, o Tom (Inglês) e a namorada (Húngara) metemo-nos a caminho do Chachacha (http://www.chachacha.hu/), pelo caminho ficaram a Sílvia e o Bruno.

O Chachacha, está no meio da estação de metro de Kelvin Ter (mesmo por baixo de minha casa) e é um bar frequentado fundamentalmente por Húngaros. Aqui começa-se a ter uma ideia do caos das noites de Budapeste. Tudo ajuda para o sentimento de senilidade: o estarmos no meio de uma vitrine virada para a estação de metro, o ambiente apertado, a música descompassada e a resposta só pode ser uma: bora pró meio da dança e da confusão.

Acabei por ainda ir sozinho até Cat Irish Bar onde me acabei por encontrar com uns Bifes que tinha conhecido no início da noite.

No sábado, apesar de não ter sido tão variado, foi igualmente acelerado. Toda a acção tomou lugar no West-Balkán. Este bar é igualzinho à casa onde o Underground (do Kusturica) começa. Num mesmo sítio podemos fazer tudo: desde conversar sentado numa mesa com uma cerveja a frente; jogar matrecos contra a perícia húngara; dançar na cave; etc. Mais uma vez, quando me deitei, já passava das 5h30.

No domingo tentei preparar-me da melhor forma para o início da nova semana, se bem que na 4ª é feriado e por isso a 3ª feira a noite promete…
Sziasztok

terça-feira, março 07, 2006


MAR À VISTA

Para muitos de vocês a história que vem, é uma novidade e portanto uma surpresa. Para outros, não é mais do que uma continuidade e portanto, nada que não estivessem à espera. Aviso também desde já, que esta história sai completamente fora do âmbito da minha estadia aqui em Budapeste, mas como estou tão excitado, tenho de a contar.

Eu, desde sempre que tive uma ligação muito forte com o mar. Sempre vivi a 5 minutos do mar e todos os desportos em que me meti estavam de alguma forma relacionados com ele – já fiz vela, caça-submarina, pesca, continuo a fazer Windsurf, surf e kitesurf. Quase todas as minhas opções de férias têm sempre de envolver mar, praia e sol. Aliás, toda a gente que me conhece bem, quando souberam que eu vinha para aqui para a Hungria, questionaram-me sobre se iria aguentar a ausência dele (tenho de confessar que não tem sido fácil!).

Bom, que acontecimento tenho para contar: finalmente e aos 30 anitos comprei o meu primeiro veleiro!!! É verdade mesmo, comprei um yate de 30 pés (cerca de 9 metros), velhinho mas todo recuperado para novas e grandes aventuras no “meu” mar. Óbvio que não o comprei sozinho, o compincha continua a ser o mesmo de sempre – de seu nome, Ricardo Figueiredo e Silva – já tivemos juntos uma Caravana, a “GoldenDream” - e agora temos alta barcaça. É só vê-lo aí ao lado.

Então… vá…! Não precisam de ficar com inveja, pois podem começar a mandar as inscrições para passarem umas férias connosco. Welcome a board…
Sziasztok

quinta-feira, março 02, 2006

TRABALHO: PRIMEIRO MÊS

Tenho sido muito interpelado para contar as minhas experiências no meu novo trabalho. Curiosamente e se olharem para os Blogs dos meus "coleguinhas" do ICEP, parece que só em Portugal nós trabalhamos de forma atípica.
Indo por partes, para quem não sabe eu vim para Budapeste para trabalhar numa empresa de distribuição de equipamento informático, com o nome de DiFo (http://www.digital-focus.com/). Esta empresa faz parte do grupo RRC, que é um grupo russo de IT de média dimensão. A Difo, é uma típica empresa de distribuição em plena expansão. Tendo começado na Rússia, está já neste momento também presente na Hungria, Polónia, Rep. Checa, Eslovénia, Eslováquia, Sérvia, sendo exactamente a estes mercados que eu estarei afecto em termos de actividade. O Director Internacional da DiFo, é um português – Luís Coelho - e é o meu chefe directo.
Apesar de minha actividade ser de cariz mais internacional, estou inserido no escritório da Hungria. Tenho cerca de 25 colegas todos com idades bem próximas da minha (a média de idade não será superior a 28 anos). O ambiente não poderia ser melhor, não só por sermos todos jovens mas também por trabalharmos em open-space, o que obriga a uma grande aproximação entre todas as pessoas. Aqui (e como já disse, acho que em todo o lado, menos em Portugal), trabalha-se das 8h30 às 17h00, sem parar. Almoça-se à frente o computador e a cozinha é constantemente abastecida do básico (tipo leite, café, bolachas) por conta da empresa. Apesar deste ritmo intensivo, não quer dizer que não haja pessoas a trabalharem com uma guitarra nas mãos (este gajo é IGUAL ao Michael Stipe dos R.E.M.). De facto, sente que todas as pessoas se sentem responsabilizadas pelo seu trabalho o que as leva a estarem activas durante as 8h30 que passam aqui, sem invalidar que possam encontrar formas mais “pessoais” de o fazer.
As minhas funções, só na terça-feira passada (dia 28 de Fevereiro), foram claramente definidas. Após alguma negociação com o meu chefe, acabei por me conseguir direccionar para a área de apoio à gestão internacional da DiFo, ou seja vou acabar por servir de Business Inteligence para o Luis. Os objectivos que definimos para a minha função são: integrar a informação crítica das várias filiais internacionais; gerir alguns contactos com as marcas (ao nível de marketing e vendas); servir de intermediário entre as filiais e procurar pensar nos processos da empresa com vista a melhorar a sua eficiência.
O meu primeiro trabalho (nas duas primeiras semanas) foi o desenvolvimento do Business Plan para a Qtek (PDAPhone), nos mercados da Hungria, Polónia, Rep. Checa e Sérvia. Neste momento e após a conversa com o Luís na 3ª, estou a partir pedra nas bases de dados do ERP da empresa, de forma a conhecer e reconhecer (lembrem-se que está tudo em Húngaro) a informação disponível. Já deu para ver que a tarefa não vai ser fácil, pois o ERP de cá (PLATINIUM) é muito direccionado para a parte financeira. Sendo por um lado muito pouco user-friendly e por outro pouco estruturado para as vertentes mais comerciais. Já agora, se alguém conhecer este sistema, dê um toque. Neste momento toda a ajuda é bem vinda!
Um curiosidade: a grande maioria das telecomunicações empresariais na Hungria estão já neste momento a ser feitas via Skype (http://www.skype.com/). Estas medidas levaram a reduções dos custos de comunicações na ordem dos 70% a 90%. É realmente incrível a rapidez com que estes países, da chamada Europa de Leste, adoptam as novas tecnologias.
Sziasztok